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Cobrimento das armaduras e sua relação com a agressividade do meio ambiente

  • Foto do escritor: Prof. Antonio Carlos Rolim
    Prof. Antonio Carlos Rolim
  • 7 de nov. de 2019
  • 2 min de leitura


Uma informação importante no cálculo estrutural de elementos como vigas e lajes é o que denominamos ALTURA ÚTIL (d). Para a sua determinação é necessário que seja conhecido o cobrimento e o diâmetro das armaduras.

A NBR 6118:2014 possui diretrizes que, embora direcionadas a garantir durabilidade das estruturas de concreto armado, tem impacto nos valores de cálculo das estruturas. Essas recomendações se referem a critérios de projeto a serem adotados em função da agressividade do ambiente à estrutura, com o objetivo de proteger principalmente a armadura e garantir desempenho do conjunto concreto e aço durante a vida útil de projeto.


A tabela abaixo, extraída da NBR 6118, faz a correspondência entre as classes de agressividade ambiental e os correspondentes cobrimentos de armadura para os diversos elementos estruturais, seja de concreto armado ou protendido. Nesta tabela, a agressividade do meio ambiente é classificada da seguinte forma:


I - Agressividade fraca: ambientes rurais, cujo risco de deterioração da estrutura não seja significativo.

II - Agressividade moderada: ambientes urbanos, o risco de deterioração é pequeno.

III - Agressividade forte: zonas industriais e regiões litorâneas, o risco de deterioração da estrutura é grande.

IV - Agressividade muito forte: zonas industriais químicas e estruturas em contato com a água do mar ("respingos da maré").


Os critérios relativos ao cobrimentos das armaduras tem a ver com sua durabilidade, pois buscam dar à estrutura melhores condições de manutenção durante sua vida útil, e é definido em função das condições de exposição da estrutura. A vida útil é o período de tempo pré-fixado pelo projetista, durante o qual a estrutura exposta a condição ambiental prevista, atende às condições de serviço e de estabilidade, sem exigir manutenção e reparos de grande monta.


A norma prevê que seja respeitado um cobrimento nominal (cobrimento mínimo + tolerância de execução Δc) determinado na tabela acima em função da classe de agressividade ambiental. Exige-se, portanto, uma definição criteriosa da classe de agressividade e a verificação de todas as alternativas.


Na tabela acima, os cobrimentos nominais estão acrescidos de uma tolerância de execução (Δc) igual a 10mm. Porém, permite-se reduzir a tolerância de execução para Δc=5mm quando houver um adequado controle de qualidade, rígidos limites de tolerância durante a execução e estiver explícito no projeto esta exigência de controle rigoroso


Outra consideração importante é que a observação b da tabela permite a adoção de valores de cobrimento menores que os prescritos (com o mínimo de 15mm) para faces superiores de lajes e vigas quando estas estiverem revestidas com contrapiso e revestimentos secos. Em qualquer caso, o cobrimento adotado não deve ser menor que o diâmetro da barra (cnom ≥ Φbarra).


Além disso, o valor do cobrimento nominal adotado no projeto deve garantir que a dimensão máxima do agregado graúdo utilizado no concreto não supere em 20% a espessura nominal do cobrimento (dmax ≤ 1,2 cnom).

6 Comments


bruc.araujo
Nov 21, 2019

Texto didático e instrutivo, Parabéns pelo trabalho.

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marcoa.yamamoto
Nov 21, 2019

Parabéns pela iniciativa. Vou repassar aos meus alunos. Abraços

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gabivieiratome
Nov 21, 2019

Parabéns professor! Um excelente material, de fácil entendimento e que se baseia inteiramente na NBR 6118, que é tão importante para o nosso conhecimento como engenheiros. Me fez lembrar das suas aulas no curso técnico e de como elas me ajudaram nas aulas da faculdade.


Gratidão por ter sido sua aluna.


Sucesso e mais sucesso!

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mateus041295
Nov 21, 2019

Boa noite professor Rolim. Esse tema me fez lembrar do meu TCC de engenharia civil, cujo objetivo era realizar a análise estrutural de uma marquise em concreto armado e posterior solução de reparo. Estruturas em balanço, como no caso de marquises requerem cuidados especiais quanto ao cobrimento, pois o ambiente na qual a estrutura está exposta pode interferir na durabilidade dessa estrutura, bem como auxiliar no processo de ruína da mesma. No caso de marquises, como a armadura superior é a de maior relevância, pois o momento fletor nessa região é negativo, essa armadura deve ser bem dimensionada, tanto para vencer aos esforços como para resistir às intempéries etc. O cobrimento é peça fundamental para assegurar que essa armadura n…


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paulo.moschini
Nov 20, 2019

Parabéns professor Rolim, material de fácil compreensão e muito explicativo. Terá muito valor pra nossos alunos.

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